«E sempre funcionou bem assim, era só começar a gostar de alguém que eu dava um jeito de ir embora. Mas com você não deu, só consegui ficar.»
Ontem chorei, apenas, saudade..
Não foram lágrimas, foi mesmo saudade. Confessei de novo as coisas que tinha a doer-me por dentro, que quando me tranco no quarto é para não assustar ninguém com a minha condição de ser sozinha, mas é isso que me impede de não ser. Encontrei o teu retrato bem fixado na minha janela, o vento nunca há de te levar dali, nem as tempestades ou os relógios tristes que zumbem incessantemente nos nossos ouvidos. É a coleção de pesos nos braços. É largar o corpo pelo chão de olhos bem abertos ou pensar o tempo inteiro e manter-se de pé. É colocar todos aqueles passados no presente e na proposta de futuro, pois quero e digo que vale, digo que merecemos nos confidenciar desta maneira. Nós vamos parar no trigésimo andar, que tem vista para o mar em noite fria. Vezes cem é muito, é alto demais, é pensar em suicídio e eu quero-te em segurança. Ninguém percebe se vivo de saudade tuas, ninguém decide o que fazer. Tu pelos espelhos confirmas-me que o nosso lugar não é aqui, nem aí, é perto. Eu sinto-te. É incrível como te imagino todas as vezes que anoitece. Acho que os nossos corações têm pés duplos..
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