é tão pouco, tão nada..

E então, tudo está no seu lugar e o mundo todo bem. Então eu olho para os lados, à procura de mim nesta multidão feliz, mas não me encontro. Engraçado que sei exatamente onde estou: presa em mim, porque ninguém parece ter forças o suficiente para me segurar dentro desta atmosfera agitada. Dentro de mim já não há nada de bom, e quero fugir deste fora que consigo ver. Quero fugir de mim e dos outros, mas não quero ser encontrada e nem me encontrar, pois desisto de mim e rejeito essa certeza de quem sou, o que sou e onde estou. Entretanto, há um peso em mim. Esse pouco de ti que carrego e não solto por aí. Porque é triste o constante querer do ser humano seguido desse constante não ter: temos tudo, menos a nós e aos outros. Então, esse tudo é tão pouco, tão nada. E sentindo-me um nada, olho para o vazio e pergunto-me:
- Porquê tudo isto? O que está errado nesta vida que dizem ser tão certa?
Não me respondo. Ignoro esta confusão que sou, e fico com os pés na areia, pois a euforia das ondas não impede que eu vá ao fundo. E céus, preciso desta superfície. Porque no fundo, sei que não há mais salvação.

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